terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pôr-do-sol


No esplendor do pôr-do-sol em tarde de primavera,
quando o céu, puro exibido, o seu vermelho jorra,
as águas enciumadas querem copiar o que enxergam.
Mas o céu não perde tempo em preparar sua desforra:
“pode tentar quanto queira, que será pura quimera,
acaso não sabe que qualquer tinta na água borra?”


(foto em 11outubro2011 - Taboleiro - visão oeste)


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pelincho

O primeiro que chegou com seu pouso desajeitado
escolheu o galho certo e já gritou o seu sinal:
iä, iä, iä, gluuuuuu, i-i-i-i-i
Venham todos da família que a tarde chegou ao final.




E a dança então começa com milimétrica coreografia,
com passinhos laterais pra encostar bicos e penas.
Oito molhados Pelinchos num ritual de todo dia
que enriquece nossas vidas de sons, luzes e cenas.


(pássaro: Pelincho, ou Anu-Branco, ou Rabo-de-Palha, ou Alma-de-Gato
árvore: acácia negra)







segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Dragão


Parece foto de um cenário bem campeiro:
gado, cavalos, campo e um dragão bem gordo!
Dragão??? Tem algo aí em desacordo
O que faz ali o barrigudo faceiro?
Com essa pinta de malandro aventureiro,
certamente não o viu quem desatento!
Em um minuto já mudou o lado do vento
e se desfez o tal dragão de pelo  oveiro.  
 Ainda bem, fiz o retrato bem ligeiro,
pra não haver briga ou contestação,
do dia incrível em que um enorme dragão
passou voando pelo céu do Taboleiro.




Pavões pavê!


Diferente dos pintinhos, que nascem e ficam nos ninhos,
protegidos e quentinhos pela galinha mãezona,
os pavõezinhos, coitados, descascam e já são obrigados
a seguir os passos dados pela pavoa durona.




E, conforme vão crescendo, seguem com a mãe aprendendo
que na vida não há remendo pra bichinho descuidado.
E os quatro viraram três! Algum zorrilho, talvez,
que, com fome e rapidez, pôs seus dentes no coitado.




A vida segue seu rumo, as filhotas tomam prumo,
e os dias fazem resumo desse eterno vai e vem.
Cresceram tanto as gurias: com a mãe, são 4 Marias.
E o pavão, com as próprias crias, vai montando seu harém. 



domingo, 3 de abril de 2011

Pavãozinho


Quando são bem pequenos, recém-nascidos os pavõezinhos
andam colados na mãe, cambaleiam como borracho!


Agora já têm 2 meses, já tomam seu sol sozinhos.
Crescem no corpo novas penas; e na cabeça, o penacho.


Língua de cobra


Dentre os bons caçadores que andam na natureza
o GATO, sim, se destaca, pela agilidade e destreza.
Mas no ato da sua caçada há um quê de malvadeza,
pois não lhe basta caçar e comer sua presa:
tapeia, brinca, joga longe a infeliz indefesa.
E o ritual se alonga tanto, com tamanha aspereza,
que matá-la, ao fim de tudo, é ato de pura nobreza!

(gata Lama, com uma Cobra d'água (Liophis miliaris)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Desbotado.

O normal de tudo na vida da gente
é ir desbotando conforme fica mais velho.
Para os Cardeais isso é bem diferente:
olha o esbranquiçado do pobre fedelho!
E enquanto se alimentam, sob o sol bem quente,
a mamãe assobia um nobre conselho:
"alimente-se muito, pra ser forte e valente,
e ter, como o papai, um topete bem vermelho!"


(
Cardeal-do-sul (Paroaria coronata)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Casa própria !!!


Na busca da casa certa,
o Canarinho se pôs alerta,
e foi ao mercado imobiliário.

A casa azul está bonitinha!
Nem quis mostrar pra Canarinha,
pois é cara pro seu salário...

A laranja é iluminada,
mas por baixo está detonada...
"Estão pensando que sou otário?"

A vermelha é um pouco torta,
um estragadinho aqui na porta..
"Mas não entro aí nem morta!"
fez a fêmea um comentário.

Então a azul foi escolhida
pra fazer ninho e dar vida
aos filhotes do Canário.


(árvore: Cipreste  /  pássaro: Canário-da-Terra (Sicalis flaveola)


O Casal Príncipe

O grande barato desta imagem não é o vermelho incrível do Príncipe-Sangue-de-Boi, nem o contraste entre as cores do macho(embaixo) e da fêmea (em cima); mas o raro momento de vê-los lado a lado.
Em muitos anos de convivência com esse passarinho migratório, que sempre aparece aqui no Taboleiro no início da primavera, nunca os havíamos visto juntos.
Mesmo em pesquisas na internet, nunca vimos fotos dos dois juntos.
Por isso vale o registro inédito!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pica-Pau


No tronco da acácia negra, bem, mas bem escondidinho,


PICA-PAU fez um buraco pra acomodar seu ninho.
                                                     

E assim que a mamãe surge, fazendo um barulhinho,


Já aparece na porta seu primeiro filhotinho
                                          

... que já chama a atenção do segundo irmãozinho!


E a mãe, que tão atenta já caçara algum bichinho,

alimenta seu filhote: mescla de instinto e carinho!


A Jaçanã


Nos passeios pela manhã,
sob o sol quente de janeiro,
a solitária Jaçanã
encontrara enfim um parceiro.



Mas, quando olhou mais de pertinho,
bico a bico com o aparecido,
"como é feio esse marrequinho!
Não vai me servir de marido".